29 setembro, 2004

Ainda sobre as listas

Muito se falou, nestes últimos dias sobre as colocações. Falou-se das falhas técnicas, do rombo político, das consequências que terá o atraso do inicio das aulas. No entanto ninguém se lembrou de falar do problema realmente importante que esta situação criou.
Durante duas semanas as escolas funcionaram com os recursos que tinham à mão para poderem abrir as aulas. Para isso conseguir recorreram ao trabalho dos professores que aguardavam destacamento ou no caso dos professores de quadro de zona pedagógica que estavam afectos as escolas no ano anterior.
Estando eu numa dessas posições, aguardando um destacamento iniciei a minha escola aonde aguardava o esse destacamento. Aí durante estas duas semanas fui estabelecendo laços de comunicação que são extremamente importantes para o estabelecimento das aprendizagens. De repente tudo mudou e de uma hora para a outra deixei de estar numa escola e passei a estar noutra tudo isto enquanto dava aulas. Agora vou recomeçar de novo um trabalho que já estava iniciado e os miúdos terão de adaptar de novo a outro professor que será de novo um desconhecido.
O mais injusto de tudo isto é que não ouvi, durante estes dias que tanto se falou da não colocação de professores, do factor mais importante da educação presencial. A relação interpessoal, professor/aluno.
A febre de cumprir programas e o fantasma dos exames são apenas os factores valorizados pelo ministérios e pela comunicação social,vezes sem conta. Mas saberão eles como se processam realmente as relações de aprendizagem que produzirão os tão medidos resultados dos exames nacionais
O mais ridículo de todo o processo é que só serviu para preencher os noticiários nacionais ao longo de duas semanas e meia.
Muito pouco.
Agora tudo voltará ao esquecimento.

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