10 dezembro, 2005

Um momento de calma entre a confusão

A Confusão

Dia de remoção dos fungos


Hoje finalmente conseguimos dar cabo dos fungos das paredes. Os outros ficaram para remover mais tarde. provavelmente quando vierem alguns dias de férias, pois a confusão ainda é muita e é dificil encontrar as coisas que ficaram perdidas no meio desta agitação.

20 novembro, 2005




Une saison en enfer
«Jadis, si je me souviens biens, ma vie était en festin où s’ouvraient tous les cœurs, où tous les vins coulaient.
Un soir, j’ai assis la Beauté sur mes genoux. _ Et je l’ai trouvée amère. – Et je l’ai injuriée.
Je me suis enfui. Ô sorcières, ô misère, ô haine, c’est à vous que mon trésor a été confié!
Je parvins à faire s´évanouir dan esprit toute l’espérance humaine. Sur toute joie pour l’étrangler j’ai fait le bond sourd de la bête féroce.
J’ai appelé les bourreaux pour, périssant, mordre la crosse de leurs fusils. J’ai appelé les fléaux, pour m’étouffer avec le sable, le sang. Le malheur a été mon dieu. Je me suis allongé dans la boue. Je me suis séché à l’air du crime. Et j’ai joué de bons tours à la folie.
Et le printemps m’a apporté l’affreux rire de l’idiot.
Or, tout dernièrement m’étant trouvé sur le point de faire le dernier couac! J’ai songé à rechercher la clef du festin ancien, où je reprendrais peut-être appétit.
La charité est cette clef. – Cette inspiration prouve que j’ai rêvé !
«Tu resteras hyène, etc.…,» se récrie le démon qui me couronna de si aimables pavots. « Gagne la mort avec tous tes appétits, et ton égoïsme et tous les péchés capitaux.»
Ah ! J’en ai trop pris : - Mais, cher Satan, je vous en conjure, une prunelle moins irritée ! Et en attendant dans les quelques petites lâchetés en retard, vous qui aimez dans l’écrivain l’absence des facultés descriptives ou instructives, je vous détache ces quelques hideux feuillets de mon carnet de damné.
“Outrora, se me recordo bem, a minha vida era um banquete onde se abriam todos os corações, onde todos os vinhos escorregavam.
Uma noite, sentei a Beleza sobre os meus joelhos. _ E encontrei-a amarga. - E insultei-a.
Fugi. Ó bruxas, ó miséria, ó ódio, é a vocês que o meu tesouro foi confiado!
Cheguei a fazer desaparecer dentro do meu espírito toda a esperança humana. Sobre qualquer alegria para estrangula-la, fiz o salto surdo do animal feroz.
Chamei os executores para, perecendo, morder a cruzeta dos seus fuzis. Chamei as calamidades, para me asfixiarem com areia, o sangue. A desgraça foi o meu Deus. Alonguei-me na lama. Sequei-me ao ar do crime. E brinquei, na minha vez, à loucura.
E a primavera trouxe-me terrível rir do idiota.
Ora, ultimamente encontrando-me ao ponto de fazer o último couac! Pensei procurar a chave do banquete antigo, onde retomaria talvez o apetite.
A caridade é esta chave. - Esta inspiração prova que sonhei!
“Permanecerás hiena, etc.….,” se criará o demónio que me coroou de tão amáveis pavoneares. “Ganha a morte com todos os teus apetites, e o teu egoísmo e todos os pecados capitais.”
Ah! Quis demasiado: - Mas, caro Satanás, eu te conjuro, um olhar menos irritado! E em antecipação a algumas pequenas covardias em atraso, a vós que gostam no escritor a ausência das faculdades descritivas ou instrutivas, destaco-vos alguns destes medonhos folhetos do meu caderno amaldiçoado.
Une saison en enfer
Rimbaud

12 novembro, 2005

O sonho dos simétricos

A razão, sempre superficial, reflectiu durante algum tempo sem resultado e ordenou que a arte fosse cortada em duas: metade para cada extrínsecos. Uma memória, velha mas de perfeita saúde, tendo ouvido a sentença, lembrou-se de perguntar: “E se a razão, por sua vez, sonhou que partilhava a arte?” Então, como se tratava da memória, discutiram acaloradamente uma vez mais. Mas sem resultado. Ninguém pode verdadeiramente distinguir entre sonho e realidade. Os velhos sábios talvez tivessem sido capazes: mas já não existem.

Marquês de Rubbatto – “O sonho dos simétricos”
Mundos Paralelos

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Fronteira entre o sonho e a razão

É múltipla a imagem sempre, embora seja única. Um duplo, causa de alteração daquele perante quem se apresenta. Sempre chega, embora se tenha assistido à sua formação, com ânsias de apoderar-se tal como se pedisse, ela também, para existir, como escapada de um reino onde somente o ser e a vida cabem. Mas a realidade, isso que se chama realidade, é continuamente uma imagem. “De si mesma”, poderia dizer-se em seguida, deslizando sobre a aparente identidade das folhas e do fogo apagado, convertidas em rio ou em cascata quando alguém as vê. Quando alguém as vê nessa fímbria que oferece a realidade, que não limitar-se a ser “nua, estrita realidade”, e se pede como uma mendiga por vezes, como uma serva sempre, mesmo quando se imponha para se completar. Pois a realidade que ao ser humano se oferece não acaba de o ser; real só de modo incompleto e às vezes, irreal por assombrosa, por se ultrapassar a si mesma, pede.

Maria Zambrano – “Clareira do Bosque”; O Deslizar das Imagens, pag. 39

Andrey Alexandrovsky

Mask

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Criatividade

Fala-se em criatividade a respeito de uma obra de arte. Que representa isso ao lado da energia criadora que agita um homem mil vezes por dia, fervilhar de desejos insatisfeitos, fantasias que se buscam através do real, sensações confusas e contudo luminosamente precisas, ideias e gestos portadores de transformações sem nome. Tudo isso votado ao anonimato e à pobreza de meios, encerrado na sob(re)vida ou obrigado a perder a sua riqueza qualitativa para exprimir-se conforme às categorias do espectáculo. …
Pense cada qual, com maior precisão, na incrível diversidade dos seus sonhos, paisagens muito mais coloridas que as mais belas telas de Van Gogh. Pense no mundo ideal construído sem descanso sob o seu olhar enquanto os gestos percorrem uma vez mais o caminho banal.

Raoul Vaneigem – “ A arte de viver para a geração Nova”
Instante

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05 novembro, 2005

Colette Banaigs

Contragolpe

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Coexistênncias impossíveis

Coexistências impossíveis (trabalho em curso)


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o meu primeiro "free form crochet"


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Exercícios práticos para exorcizar a dor

O coração é o vaso da dor; pode guarda-la durante algum tempo, mas inexoravelmente, depois oferece-a num instante. E é então um cálice que todo o ser da pessoa tem que sorver. E se o faz lentamente com impavidez necessária, ao difundir-se pelas diversas zonas do ser começa a circular com a dor, a ela misturada, nela, a razão.
O risco tantas vezes verificado da “impassibilidade” que, de tão longe e tão alto, se deixou estabelecido que é indispensável ao exercício do conhecimento racional, é o de impedir que a razão seja descoberta, primeiramente na dor, unida a ela, e como engendrada ou revelada ao menos por ela. Que a dor seja um facto quase acidental. Que a dor não tenha nem essência, que seja um estado iniludível, mas que não tenha nem essência nem substância, razão alguma. Que não possa senão estar aí sem circular. E, ao não circular, não poder na verdade, de verdade, ser assimilada.
Maria Zambrano - «Clareiras do Bosque»

01 novembro, 2005

As cores que mudam

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A confusão total


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Infiltrações

Desde o dia 10 de Outubro que luto contra as infiltrações de água que protão do tecto e paredes da minha casa, por desleixo da administração do prédio. A humidade e o bolor têm vindo a pouco e pouco colorindo as paredes dando uma outra cor há atmosfera húmida e ingrata com que convivemos desde então. Papeis, móveis, livros, meninos, gatos e tudo o mais.
O Outono de 2005

Nicoletta Tomas Caravia - Furtiva Lagrima


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Nicoletta Tomas Caravia - Lashia


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Novembro 2005

Rien ne me dissuadera de cette conviction: ma tristesse éprouvée lors d’une rupture, d’un échec, d’un deuil, ne m’atteint pas de l’extérieur comme une flèche mais sourd de moi telle une source qu’un glissement de terrain vient de libérer. Il y a des blessures qui permettent à l’esprit de pousser un cri longtemps contenu. Le désespoir ne lâche jamais sa proie ; c’est seulement la proie qui voit le désespoir dans la fin d’un amour ou la mort d’un enfant, là où il n’y a que son ombre portée. Le deuil est un prétexte, une façon commode d’éjaculer le néant à petits coups. Les pleurs, les cris, les hurlements d’enfance restent emprisonnes dans le coeur des hommes. A jamais ? En toi aussi le vide ne cesse de gagner.

Raoul Vaneigem - «Traité de savoir-vivre à l’usage des jeunes générations»

03 setembro, 2005

O Poema do Marquês de Rubbatto

AS TRADICIONAIS BÚSSOLAS DE TRAVESSIA DO ABISMO

ARTE

UM

PEDAÇO DE ABSOLUTO RODEADO DE ENCONTROS

NA

METADE DOS LADOS

CIÊNCIA

A
OUTRA METADE CRIVADA DE EXPLICAÇÕES

FILOSOFIA

AS
METADES COLADAS EM MAGICAÇÕES SISTEMÁTICAS
RELIGIÃO
(qual parede de ternas neblinas)

O

CONFORTO UNGIDO PELA FABRICAÇÃO DE CERTEZAS
POESIA
(enfim)

O

ABSOLUTO CIRCUNCIZADO PELA METAMETÁFORA

Marquês de Rubbatto

Setembro de 2000

AS TRADICIONAIS BÚSSOLAS DE TRAVESSIA DO ABISMO

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Arte

UM

PEDAÇO DE ABSOLUTO RODEADO DE ENCONTROS

NA

METADE DOS LADOS



A Arte surgida da realidade do quotidiano. O pedaço do absoluto está rodeado pelos seus encontros. Os encontros são pontos luminosos interligados entre si por uma rede (teia) sem fim. Eles acontecem separadamente ou em simultâneo. Surgem sem serem previstos e preenchem a imaginação, quase sem serem apercebidos, de forma subtil como uma sequência de imagens.
Um rosto que passa; uns olhos azuis que nos ficção por alguns momentos; os troncos contorcidos de uma árvore; o cheiro da terra húmida após uma chuva de verão; o azul do céu; a cor vermelha e forte de uma flor qualquer surgida de repente durante um passeio inesperado; o frio acolhedor das ondas do mar que nos afagam as pernas ao longo de um passeio pela praia; um certo calor macio de um abraço terno de alguém a quem sentimos com força o cheiro e o macio da pele…
Todos e mais encontros surgem num momento e passam de repente, perdem-se na confusão do quotidiano e voltam a aparecer, de forma mais ou menos evidente, numa composição, num esboço ou numa simples fruição criativa. Dentro, evidentemente, de cada exercício artístico, dentro das várias formas que a arte se pode manifestar.

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Ciência

A
OUTRA METADE CRIVADA DE EXPLICAÇÕES


A ciência e as suas explicações encontra-se dividida em quatro partes, tais como as partes que é dividido o coração humano. Atravessando as quatro partes encontra-se a outra metade do absoluto, com uma forma semelhante a de um coração, está crivada de explicações que surgem em posição oposta ao enunciado de sintomas vários e inexplicáveis dos vários males da paixão, da desilusão ou do desalento. Na parte direita superior ordenadamente e acabando por cair desordenadamente no abismo na parte direita inferior, estão representados os códigos da linguagem virtual «1;0». Estes aparecem equilibrando a composição de cheia de outras fórmulas, números e gráficos exemplificativos das certezas científicas. Mas para os males do amor não existem certezas e as explicações científicas servem apenas como paliativos para aliviar as tais dores e os males estares sem explicação possível.
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Filosofia

AS
METADES COLADAS EM MAGICAÇÕES SISTEMÁTICAS

A filosofia foi a mais difícil de reproduzir. Hesitando entre as formas abstractas ou as mais figurativas foram as formas abstractas que se mostraram mais expressivas. Várias metades coladas duas a duas e próximas de mais metades coladas. Todas as metades atravessadas por fios repletos de formas coloridas. Peças pequenas de formas diferentes simbolizam as múltiplas magicações possíveis da filosofia. E as palavras – imperceptíveis – simbolizando o poder da palavra na Filosofia. Procurou-se encontrar um espaço calmo para ele no seu equilíbrio pudesse também simbolizar a calma propicia à reflexão filosófica.
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Religião

(qual parede de ternas neblinas)

O

CONFORTO UNGIDO PELA FABRICAÇÃO DE CERTEZAS

A religião a mim pouco me diz, se não a recordação do peso que ela possuía durante os meus momentos de educação durante a minha infância. A religião assim, pelo peso que tem na educação de cada um apresenta-se assim, no conjunto plástico, como a principal responsável das inibições dos comportamentos afectivos e um factor de distanciação das relações espontâneas e sinceras. Assim ocupando um espaço considerável aparece uma parede opaca na base e transformando-se numa neblina azulada e menos opaca. Para cá dela várias certezas são apresentadas por várias mãos. Essas certezas são assim alguns exemplos das várias certezas que certificam a dificuldade de comunicação e a inibição da comunicação espontânea e verdadeira.
No centro da composição um anjo feminino, ousando exibir as suas "maminhas" olha timidamente para a parte inferior do espaço aonde uma figura masculina passa a correr. Será que estará ousando pensar no pecado? Mas a figura masculina que passa no espaço inferior, corre, fugindo talvez desse gesto de ousadia.
 
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Poesia

POESIA
(enfim)

O

ABSOLUTO CIRCUNCIZADO PELA METAMETÁFORA

Para mim, porque sou mulher e educada numa cultura ocidental foi difícil encontrar algo que pudesse simbolizar a ideia do «absoluto circuncidado». Foi-me muito difícil de perceber o que significa ele aqui na poesia. Simbolizará libertação? Mas para uma mulher africana simbolizará mais a submissão.
E se a metáfora ocupará parte importante do espaço poético. A metametáfora o que fará então?
Na composição conseguida surge assim ao centro um pedaço do absoluto, uma árvore, talvez, abrindo em várias direcções os seus ramos simbolizando talvez a renovação da natureza. Para os mais ousados o absoluto representado poderá ser um vulcão em erupção simbolizando um orgasmo não contido, a exaltação do prazer não reprimida pela moral religiosa nem limitada pelas explicações científicas. As frases apresentadas no fundo da composição introduzem a simbolismo do poder da explicação metafórica desse prazer sem restrições, sem coações, que a poesia utiliza constantemente e que se entrecruza com a criação artística, essa parte da arte surgida ainda antes do acto de contemplação, quando a obra é ainda matéria que se vai moldando, saltitando entre as muitas manifestações do prazer do sentir.
A poesia, aparece assim como o exercício último para ultrapassar as dificuldades da travessia, para alcançar o prazer e verdadeira espontaneidade em muitas direcções e em direcção a nós mesmos. De forma a conseguirmos ser mais reais, espontâneos e sinceros, para com os outros e para nós mesmos.

Fim de Férias

Findas as férias começa de novo o trabalho nas matérias plásticas

03 julho, 2005

Deana Hartman




Segunda sugestão do dia.
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©Claire Forgeot

Primeira sugestão do dia.

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Ainda Imagens da Viagem

Experiências para novas explorações artísticas. Resultado de passeio pela Cidade.


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Um habitante da zona


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Pousando para a imagem de fundo.

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"Imaxina sons" ,Carlos Barreto "Solo Pictórico" (contrabaixo)




O motivo da viagem encontra-se aqui desfocado.
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Partida para Vigo


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27 de Junho partimos para Vigo numa viagem atribulada. No comboio uma pausa para um descanso merecido. Cinco dias sem saber de politica, sem ouvir noticiários, sem ter que cozinhar ou lavar a loiça, longe das preocupações.

26 junho, 2005

A sujestão do dia

Um convite a visitar o trbalho de Carol Taylor. Um artista de inspiração.

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A partida está breve


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Agora é só esperar...

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Para partir em bem pela manhã, sem esquecer os resto a fotografia fica para ilustrar a manhã de amanhã. Ainda de trabalho antes da partida.



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Experiências fotográficas

Recolhendo os materiais





Á pressa procura-se os documentos para serem levados.
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A arrumação




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A confusão é muita porque os miúdos não querem ou não sabem ajudar.



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As mala estão meio feitas, meio por fazer...

Tarde de 26 de Junho

Véspera de Partida para Vigo, os preparativos estão algo atrazados para a viagem e vontade de fugir daqui é muita.



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O autor das fotografias espera pelo reconhecimento

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Algum trabalho num quadro difícil de finalizar

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Semana de 19 a 25 de Junho. Algumas Pintura e alguma agitação

13 junho, 2005


Posted by Hello

Saidas para fora olhares para dentro

Olhares




Uma imagem bem antiga a lembrar que o tempo passou.
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Cores de Hoje

P

or enquanto ainda não existem grandes movimentos. As imagens são antigas e o tempo é desperdiçado em coisas inúteis. Tento fazer passar o tempo mais depressa incomodada pelo facto pois o tempo não devia ser desperdiçado. Posted by Hello

Voltar a casa





É bom retomar a casa. O Link vem amanhã! Posted by Hello

12 junho, 2005

Retomar o posto

Domingo 12 de Junho retomo de novo este blogue com ligações a trabalho artístico que de preferencia será feito durante o verão.
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