Não sei quando foi captada mas enquadra-se na época.
25 setembro, 2004
Cores de Outono
Elizabeth LaChance
Encontrei alguém que pinta as cores como as da minha imaginação. Um econtro com uma visão das cores muito semelhante à que retenho das coisas que vejo.
22 setembro, 2004
Colocações à mão
Para mim, que sou uma insignificante professora, uma mera peça de xadrez nesta barafunda toda das colocações, o mais importante não é saber se será cumprida a legislação seguindo a colocação à mão, mas sim se for conseguida a colocação como poderei verificar se a lei foi cumprida e que não ouve ultrapassagens ou enganos.
Mais do que isso é o tempo com que me tenho de conviver durante este espaço de tempo. Como eu outros vivem também esta situação surrealista. Amanhã, vou encontrar-me com alunos de um horário que me foi atribuído entretanto enquanto não sei aonde vou ficar, estes alunos poderão ficar comigo todo ano ou simplesmente uma ou duas semanas. Não gosto da escola aonde estou agarrada e não consigo sair, mas os miúdos são outra coisa, após um tempo com eles começa a existir uma afinidade e uma comunicação tão importante para a possibilitarão da aquisição de aprendizagens. Se sair vou necessariamente partir já com alguma tristeza por deixar estes e vou necessitar de me adaptar aos novos. Também não quero me adaptar à situação provisória porque para além dos alunos tudo é deprimente naquela escola. De certa forma prefiro ainda acreditar que vou sair dali, embora vá perdendo as esperança com o passar dos dias. Mais ainda, sinto a falta dos alunos da escola aonde estive no ano passado destacada, aonde estive tão bem e recuperei a minha confiança.
Entretanto todos os dias vou encarnando um personagem que foge de mim sempre que saio da escola e posso finalmente assim respirar fundo por uns tempos até começar o outro dia.
Enfrentado um novo num espaço reduzido.
Uma gravura de Alexey Andreev, para ilustrar o meu dia de amahã.
Espaços: Dois mundos
Aqui tudo parece incrivelmente descontraido e colorido. Lá longe é outro mundo.
Aguarela de Dorothy Tennant
Os dias da expectativa
Um quadro de Delville para ilustrar a sensação de espera sem convicção em que me encontro.
21 setembro, 2004
20 setembro, 2004
Informação circular
Navegando um pouco através da blogoesfera, foi fácil aperceber-me que os blogistas, pelo menos os mais distintos, dedicam a sua escrita ao comentário mais ou menos profundo ou simplesmente recorrendo ao humor sobre a actualidade apresentada pela a comunicação social, principalmente a televisiva. Comentários apresentando as tendências de pensamento situado entre o mais à esquerda até à pura direita compulsiva, (isto na designação mais tradicional de direita e esquerda). Mais curioso foi observar que num movimento circular é possível encontrar posteriormente comentários escritos em jornais diários, comentários de jornalistas que analisam os comentários do destintos bloguistas, fazendo desse comentário artigo de fundo a publicar nas paginas centrais do diário.
Este movimento circular alimenta a nossa comunicação social que acaba por apresentar uma pobreza de conteúdo perfeitamente desoladora.
É pena que não se criem outros canais de comunicação independentes uns dos outros e que possam abrir espaço a outro tipo de ideias.
É triste percorrer os jornais diários e ver as mesmas noticias aparecerem em todos eles, da mesma forma e com a mesma escrita, letra a letra, palavra a palavra sem que se tenha a preocupação de se individualizar a própria informação que é fornecida. Faz-me sentir o vazio que existe em todo os meios de encontro entre as pessoas a própria possibilidade de encontro de ideias ou na reflexão da mesma.
A Notícia do dia
Na barafunda surgida este ano na colocação de professores, o atraso no inicio do ano foi o mal menor. O atraso do inicio das aulas mesmo que se resuma a quinze dias não afectará muito os alunos, mesmo os que vão frequentar o 12º ano, que poderão recuperar o atraso rapidamente com uma ou duas aulas de compensação. O mais terrível e sádico deste episódio tem sido a forma como o ministério tem tratado do problema, colocando os professores num suspense terrível seguindo as notícias dos constantes adiamentos da apresentação das listas de colocações. O mais deprimente de tudo é saber que somos tratados como simples apêndices de toda esta situação. Jornais, rádios e televisões aproveitam toda a barafunda para encher os seus noticiários, hora a hora ou mesmo de meia e meia hora são repetidas as mesmas afirmações, num suspense crescente que não explica a razão de tal atraso. Afinal será a ignorância essa assim tanta. Como podemos confiar em alguém tão incapaz de prever sequer o momento da resolução do problema. Não seria mesmo muito melhor ter adiado mesmo o inicio do ano quinze dias e resolver o problema de forma consistente evitando assim toda a polémica gerada dessas notícias constantemente adiadas e expor os professores a está posição degradante.
Será difícil para os professores planificarem e gerirem o seu ano de trabalho de uma forma tranquila. Será impossível que tudo seja esquecido por eles em pouco tempo. De certeza que ficará para a memória de muitos por algum tempo.
Começar de novo
Começar de novo é sempre difícil.
Começar de novo todos os anos é angustiante. Há mais de vinte anos que recomeço ano escolar cada vez de forma mais difícil, porque cada ano exige no seu inicio cada vez mais burocracia e incoerências que não só assustam como tornam cada vez mais difícil o próprio recomeço que já de si é errado. Porquê recomeçar e não continuar, porque se inventa sempre motivos para fazer tudo de novo? Porque não se pára para pensar como fazer bem, em vez de fazer porque se manda que se faça?
Incoerências que alimentam o insucesso e o abandono não só dos alunos como também da vontade de mudar o rumo das coisas.
Começar de novo todos os anos é angustiante. Há mais de vinte anos que recomeço ano escolar cada vez de forma mais difícil, porque cada ano exige no seu inicio cada vez mais burocracia e incoerências que não só assustam como tornam cada vez mais difícil o próprio recomeço que já de si é errado. Porquê recomeçar e não continuar, porque se inventa sempre motivos para fazer tudo de novo? Porque não se pára para pensar como fazer bem, em vez de fazer porque se manda que se faça?
Incoerências que alimentam o insucesso e o abandono não só dos alunos como também da vontade de mudar o rumo das coisas.
19 setembro, 2004
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