16 setembro, 2004

Um dia terrivel

O cansaço é tanto que não consigo escrever algo de útil. A escola aonde trabalho foi das poucas que quiseram à força iniciar o ano escolar na data certa. Iniciou não com aulas mas com reuniões, actividade que é mais apreciada pela gestão ambígua deste estabelecimento de ensino. A escola foi construída com uns frágeis pré fabricados à mais de 18 anos e há cerca de oito que está para ser demolida, primeiro para ser substituída e ultimamente a solução levantada é o seu desaparecimento. O medo de cerca de metade dos professores que já próximo da sua reforma, demonstra em mudar para outro local, para outra escola aonde se trabalhe de uma forma mais dinâmica faz com que a direcção faça de tudo para agradar ao ministério. Abrir na data é uma das boas acções com que presenteou o ministério, até porque só faltam alguns professores que vão leccionar o sétimo ano o nível escolar que quase nenhum quer dar e que cabe aos de fora ou aos mais novos que como eu tiveram o azar de cair naquela escola, desconhecendo os problemas que ela encerra.
Eu continuo esperando por uma vaga hipótese de poder ser transferida para outra escola. A esperança vai diminuindo e a escola aproveita para me dar o mais trabalho possível apesar da recomendação do ministério para não dar trabalho aos professores na minha situação. O ano passado trabalhei até à última hora do último dia que fiquei lá até ser destacada para outra escola. Este ano a perspectiva é de trabalhar cerca de 10 horas por dia. Os outros colegas do meu grupo, os que já têm muitas horas de redução e muitas horas de actividades não lectivas no seu horário já bastante folgado, esses gostam muito de reuniões. Mas essas reuniões não desenvolvem nada. Nada vem para as mesmas concretizado e passa-se o tempo a falar, numa conversa que não produz nada porque não se sabe o que se quer e deve tratar. O cansaço terrível sobrevem de tudo isto. Uma capacidade de produzir algo. Uma falta de produtividade no sentido efectivo do termo.
As fotografias acima reflectem quase completamente o meu desejo presente. A minha necessidade de fugir disto tudo, deste presente momento, desejo quase epidérmico.

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